Aguaceiro

A barragem Santa Bárbara respirou

Mesmo com a elevação no nível do reservatório, ainda é preciso uma sequência de chuvas para melhorar o cenário causado pela estiagem

Jô Folha -

Apesar de não ter voltado ao normal e estar 2,06 metros abaixo do nível do vertedouro, as precipitações dos últimos dias proporcionaram um fôlego à barragem Santa Bárbara. No último dia 10 o local chegou a registrar 4,37 metros abaixo do normal. Entretanto, a situação ainda preocupa e precisa contar com muita chuva e cooperação da população para reverter o atual cenário. Até às 13h desta quinta-feira (25), o pluviômetro monitorado pelo Sanep marcava 42 milímetros de chuva. Em alguns pontos da cidade houve acúmulo de água, ocasionando dificuldade na locomoção.

O chefe do Departamento de Tratamento, Vinicius Gonçalves, alerta que ainda não há motivos para respirar aliviado. “Já temos bons resultados, mas a situação ainda preocupa”, frisou. Ele explica que pelos próximos dois dias o manancial seguirá recebendo água e acredita que durante esta sexta o nível abaixo seja menor que dois metros. “A água demora a chegar e com esse volume registrado deve seguir chegando”. Atualmente, as equipes não realizam nenhuma obra no local e a torcida é para que não haja mais necessidade de aprofundamentos. Sobre a qualidade da água, Gonçalves relata uma melhora considerável, pois agora está um pouco mais acessível a captação. Isso reflete na qualidade da água bruta e a consequência é a diminuição dos produtos químicos na hora do tratamento. 

Outro ponto destacado pelo encarregado do setor é a contribuição da população na hora de usar a água. “Precisa ser feito um consumo consciente”, pediu. O decreto municipal que proíbe a lavagem de automóveis, calçadas e molhar gramados e jardins segue em vigência e a população deve colaborar através das denúncias, que podem ocorrer através do (53) 98421-4886 e das redes sociais do Sanep. “Precisamos da contribuição de todos”.

Quantidade de chuva

As chuvas de junho, somadas, atingiram 208 milímetros até quinta-feira. A média mensal, informada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), é de aproximadamente 124 milímetros. “As precipitações de junho estão acima da média mensal, mas não são suficientes para normalizar a defasagem do primeiro semestre do ano”, observa o coordenador da Defesa Civil em Pelotas, Paulo Darci dos Santos. As chuvas não provocaram emergências para atendimento da unidade da entidade.

Mesmo sem registros graves, alguns pontos da cidade acumularam água e dificultaram o dia dos moradores. Na Mário Peiruque, próximo à caixa da água, os cruzamentos e as vias transversais ficaram alagadas. A comerciante Lúbia Regina, 47, tem o seu comércio no fundo de uma garagem. Em dia de chuva a rotina já é conhecida: vassoura e pano de chão para manter o estabelecimento seco. A calçada fica imersa e a cada carro que passa a água invade. “Sempre que chove preciso estar secando”, disse. Com esse problema, vem junto a queda no movimento, já que sem molhar os pés as pessoas não conseguem acessar o local.

Na frente do comércio mora Eduardo Salles, 63. O plano do aposentado era ir ao banco na manhã de quinta, mas com as fortes chuvas e o volume de água na frente de casa o compromisso foi adiado. “Vou ter que esperar melhorar o tempo”, falou. A via está em obras e a expectativa do morador que reside no local há 30 anos era de melhora, porém ele garante que os alagamentos pioraram, já que costumavam ocorrer nas proximidades da avenida Ildefonso Simões Lopes e não ali. “Mas está ficando ajeitado, espero que tudo se resolva”, destacando que com a elevação do asfalto o problema se agravou.

A reportagem também esteve nos bairros Fátima, Navegantes, Pestano e Getúlio Vargas. Por lá, o volume de água acumulada era pouca, porém o barro e os buracos decoravam as vias. Em locais centrais conhecidos pro problemas, como a Gomes Carneiro, a Saldanha Marinho e a Marcílio Dias, não havia nem sinal de alagamentos. O departamento de drenagem do Sanep registrou apenas um episódio no início da tarde de quinta, na casa de bomba leste, localizada na Estrada do Engenho. Para corrigir a instabilidade elétrica, o bombeamento foi parado por cerca de uma hora, mas sem afetar o sistema. O restante do dia ocorreu de forma normal, com as equipes trabalharam na retirada do lixo e vegetação que chega pelos canais.

Temperatura para os próximos dias

Segundo o boletim especial do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (Cpmet/ UFPel), uma massa de ar frio entra pela fronteira com o Uruguai e deixa o final de semana com temperaturas mínimas abaixo de 3°C na Zona Sul. Já para o final de junho e início de julho indica a passagem de uma frente fria com ocorrência de chuva e a entrada de mais uma massa de ar frio, típica de inverno, com formação de geada e nevoeiro.

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